Estou de volta ao gelo desde do dia 27 de Agosto. Ou seja, 21dias no hemisfério norte. O Sol apareceu na primeira semana até consegui pegar uma corzinha. Mas a ilusão não durou muito. Logo logo começou a chover e não vão parar até o ano que vem! Esses dias estão sendo bastante “intensos” (isso foi o mais eufemístico que eu conseguir ser).
Mas enfim, minha mensagem aqui hoje é um pouco diferente. Eu criei o blog na intenção de escrever aqui como se fosse um diário; atribuir palavras às lembraças, algo que não parece muito difícil. A príncipio, eu pretendia escrever pelo menos uma vez ao dia, algo que consegui nos primeiros dias. Mas minha experiência aqui foi ficando cada vez mais intensa. As lembranças eram muitas, e o tempo era pouco. Ou melhor dizendo, as lembraças continuam muitas e o tempo só vez diminuir. Você deve estar se perguntando “Aonde você quer chegar com isso?” (se existe um “você”). Bem, o que quero dizer é que eu geralmente não escrevo sobre o verdadeiro propósito que me trouxe aqui; sobre o movimento o qual eu faço parte; sobre a minha experiência na sua essência. (Espero que vocês estejam entendendo o que escrevo, pois o Português ás vezes some de minha mente, especialmente quando estou falando do Pearson, onde as lembraças me veem todas em Inglês)
Mas algo aconteceu ontem e eu não posso perder a oportunidade de falar desse propósito, desse movimente, desse modo de vida que eu escolhi. Como alguns de vocês sabem, a UWC (United World Colleges, Colégios do Mundo Unido) é uma associação sem fins lucrativos que envolve 13 colégios no mundo. Em cada escola, 200 alunos de 100 diferentes nações convivem juntos num ambiente desenvolvido para criar a paz e a compreensão entre os povos. (se quiser saber mais, visite os sites uwc.org.br e uwc.org). O colégio que eu estudo é o Pearson College of the Pacific, no Canadá. Todos os alunos aqui têm bolsa integral, desde do mais rico ao mais pobre.
Creio que muitos de vocês já sabiam de tudo isso que falei até agora. Mas quanto de vocês realmente acreditam que existe uma possibilidade de paz e compreensão Internacional? Quanto de vocês acreditam que o Pearson realmente contribui para essa paz e compreensão? Vocês acham que paz é algo sural e idealista? Se a resposta foi sim para a última pergunta, repensem. Porque paz e compreensão internacional é possível sim. E não vou falar dos judeus e arábes que são super amigos aqui, e nem dos chineses e japoneses que se casaram. Vou contar um fato que ocorreu ontem, uma das experiencias mais bonitas em toda minha vida. Algo que irei levar no meu coração sempre e que irei contar a todos que puder até que eu não possa mais falar.
Infelizmente, a origem de uma experiência tão bonita foi um fato triste: a morte. O pai de uma das alunas morreu na semana passada. Ela já estava “esperando” essa notícia, já que o pai estava em coma por mais de três meses. O colégio então resolveu fazer uma cerimônia para homenagiar o pai da aluna e para dar apoio nesse momento dificil. Como a tal aluna é catolíca, a tal cerimônia foi uma missa. Todos foram convidados para tal missa, que ocorreria as 19:00. As sete em ponto, lá estava eu no LLT (um mini-teatro que tem aqui). A minha esquerda estava Muhhamed, um mulçumano. A minha direita, Aneri, que é Hindu. Na minha frente, Itamar, um judeu. Budas, Ateus, Católicos, Protestantes... Naquele momento nada importava. Todos eramos HUMANOS. E todos sentiam a dor da nossa colega. Se o ritual católico não era comum a muitos ali, as lágrimas em era algo que todos compartilhavam. Era como se guerras nunca tivessem existido, raças e cor da pele nunca tivessem sido levados em consideração, preconceito fosse uma palvara que não existia. E meus olhos confirmaram algo que a minha lógica hesitava em acreditar: PAZ É POSSÍVEL. Nós podemos sim viver todos SEM CONFLITOS. Eu acredito.