terça-feira, 26 de outubro de 2010

Project week

"As lógicas de poder fazem do Brasil um país um pouco estranho neste particular, é que no fundo não há partidos, há grupos de interesses, alianças, que se fazem e se desfazem consoante as conveniências, Há uma éspecie, não chamar de, digamos 'caciques', mas há qualquer coisa que vem, digamos, na linha do 'caciquismo', que é o influente político que não sabe muito bem por que que ele ganhou aquele poder, mas a verdade é que o ganhou"

José Saramago

     Essas sábias palavras de Sarmago (que para mim é um dos maiores intelectuais da língua portuguesa) descrevem o que eu sinto por essas eleições que estão ocorrendo. Sei que não estou no Brasil para realmente saber o que se passa, mas o que eu recebo pelo e-mail e o que vejo nos sites de notícia não me alegram muito. Parece que a mídia quer beatificar Serra. Ate agredido (assim como a papa) ele 'foi'. Como diria me mãe, me faça uma garapa! E a Dilma, como diz o Saramago, nem sabe muito bem como é que ganhou tanto poder, mas a verdade é que o ganhou. Eu estava meio sad porque não pude votar esse ano. Mas esse segundo turno me fez sentir um pouco mais feliz por não estar envolvido nesta sujeira. Ter que voltar em Dilma para impedir que Serra o os tucanos voltem ao poder é bastante triste. Pelo menos a Marina não me decepcinou em apoiar o coitado agredido e nem a fantochizinha. O que eu realmente queria ver no cenário político nacional era o Cristavaum Buarque candidato de novo. Ele foi o único que colocou educação em primeiro lugar. Infelizmente, nem todos conseguem ver que essa é a solução. É difícil de acreditar que a discussão neste segundo turno está em torno do "aborto" ou de uma pedrinha que caiu na careca do Serra. A minha frustação no tópico passado sobre não poder votar nesta eleição passou. Na verdade, como disse, prefiro ver de longe a nossa democracia.


     Mas eu não vim aqui só para falar de política. Anteontem começou o Project Week (eu escrevi sobre o project week num dos primeiros tópicos) e eu não poderia estar mais feliz! A semana que antecedeu o Project Week foi super, super intensa. Latin America Regional Day, Further Math Test, Math Higher Assignment, Independent Project, History Essay, English Exam, Tango practice, Physics Lab, Chemistry Lab, Chemistry Exam. Todos em cinco dias. Eu durmi menos de cinco horas por dia durante uns três dias, por causa do Dia Regional da América Latina e dos Independent Projects (peças que os alunos de Teatro têm que produzir, e que eu resolvi atuar, em duas peças). Capoeira e Samba foram o maior sucesso! Aparentemente, a música Chora me Liga é super famosa na América Latina. As peças, que foram numa Terça e numa Quinta, tomaram quase toda minha noite! Memorizando linhas, vendo o lugar no palco que eu devo entrar, sair, que emoções eu tenho que tranmitir... Can you imagine me doing that? Nem eu. Durante as práticas eu fazia meus deveres, que não eram poucos, e estudava para meus testes, que foram três durante a semana. Na quarta eu não guentei a pressão. Adoeci e não fui para as classes, eu precisava dormir. Estava me sentindo super, super cansado. Na sexta de tarde, depois de mergulhar, eu senti como se eu estivesse carregando o mundo em minhas costas, e alguém o tirou. Eu fui um pouco culpado, me envolvi em muitas coisas. Acho que isso acontece com a maioria dos alunos UWC. Mas e eu sobrevivi. 
    Mas a pressão não acabou. Durante meu project week eu tenho que terminar meu EE (tipo uma monografia), o pesadelo de todos os IB students. Mas estou mais preocupado em me divertir essa semana. Acho que eu já falei sobre os três pilares da UWC: domir, socializar e estudar. Dentre esses, você só pode escolher dois. Semana passada eu não dormi. Essa semana não irei estudar. Sempre escolho socializar, afinal de contas, onde mais eu vou encontrar 200 pessoas que veêm de 100 nações diferentes? I better enjoy it!

PS.: Estou super feliz de saber que duas pessoas leêm as besteiras que eu escrevo aqui (sem contar os meus familiares e amigos). E boa sorte a todos os candidatos do processo seletivo deste ano. 

domingo, 3 de outubro de 2010

Why Not?

     Lembro da eleição de 2002 quando eu fui todo de vermelho votar com meus pais no Luis Viana e pensei "quando eu tiver 17 votarei". Pois o dito dia veio e, ironicamente, eu não pude votar. Mas isso não me impediu de "participar" das eleições. Adoro discutir política, e fiquei ligado o dia todo na Band acompanhando os resultados em todo o Brasil. Pensei que a Dilma levaria no 1 turno, mas a história não foi bem essa. E não acredito que isso seja uma vitória do Serra, muito pelo contrário. Ele só teve o "terço" que sempre lhe foi dado. Nada mais do que isso (thanks God!). O que me surpreendeu foi o desempenho de Marina, que teria meu voto se eu pudesse votar. Ainda acredito que ela será nossa "presidenta" e espero que Serra leve o que Maria ganhou no beco.
   
    Mas o que me fez voltar a escrever aqui não foi a "festa democrática" brasileira. Hoje eu decidi algo que surpreenderá a muitos: eu irei voltar para o Brasil (para fazer faculdade). Já imagino o que eu irei ouvir de "Você é louco!", "Por que está fazendo isso?", "Se eu fosse você, não voltava nunca". Mas venho pensando nisso a quatro dias e já fiz minha decisão e não irei voltar atrás. Admito que estava bastante deslumbrado com o "American Dream", mas acordei deste suposto "sonho". Durante o Summer Break, que foi Winter Break pra mim, eu hospedei a Carla Moreno, uma ex-estudante aqui do Pearson que mora em São Paulo. E em uma de nossas conversas ela me disse algo que realmente eu não tinha pensando. "Por que não voltar?". Mas eu não pensei sobre isso até alguns dias atrás.
    Cerca de duas semanas atrás, nós tivemos uma aprensentação da "Ivy League", uma organização que une as melhores universidades dos Estados Unidos. Admito que fiquei impressionado com o que vi, e estava decidido a aplicar para Universades na terra do Tio Sam. Minhas notas aqui são suficientimente boas para entrar numa universidade boa e com bolsa. Estava unido o útil ao agradável. Me inscrevi para o SAT (uma espécie de vestibular americano, mas que não é o único critério para entrar numa universidade) e já conversava com meus amigos sobre qual seria a melhor opção para aplicar, Havard, MIT ou Columbia. Mas não faz muito tempo que aquela conversa que tive com a Carla veio a mente. E eu pessei se era isso mesmo que eu queria. Como um bom nerd, eu fiz minha lista de "vantagens" e "desvantagens". Mas não serviu para nada, a dúvida ainda persitia. Foi quando eu comecei a lembrar de um antigo sonho que eu tinha quando era criança, estudar no ITA. Desisti do "sonho" quando eu descobri que minha base academica era fraca e que eu precisava ser fluente em Inglês para entrar no ITA. Mas nós últimos meses as coisas mudaram. Minha base acadêmica não poderia ser melhor e estou vivendo num "mundo" Inglês tem quase dois anos. As barreiras foram quebradas, e o "sonho" viurou "possibilidade". Descobri algumas outras universidades que também são muito boas, como o IME e a UFScar. Então pensei, "Why not?".
    Claro que se eu fosse para os Estados Unidos minha expêriencia acadêmica seria totalmente diferente, e meus planos económicos pro futuro seriam muito mais altos. Mas a vida não é só sobre dinheiro, e a cada dia que passa eu fico mais convencido disso. Além do mais, eu estarei trabalhando para o meu país. Não quero parecer xenófobo ou algo parecido, mas eu tenho certeza que o Brasil precisa muito mais de Engenheiros do que o Estados Unidos. Eu acredito no meu país, e (me desculpem a "deselegância")  eu realmente sinto vontade de mandar muita gente pra puta que pariu quando eu ouço coisas do tipo "Por que vai ficar aqui num país de terceiro mundo?" ou "Nosso país é uma merda, se eu tivesse essa oportunidade, não voltaria nunca". Besides, eu estarei perto de casa. E isso é algo a se considerar, e muito. E essa não é minha última oportunidade de ir para a terra do tio Sam. Posso muito bem fazer uma pós-graduação lá. Minha decisão já foi tomada. E tenho certeza que terei apoio daqueles que estão torcendo por mim.
     Vou voltar para a terra que tem Palmeiras onde canta o sabiá. E estou muito feliz com minha decisão. E não me entendam mal com esse tópico. Sei que não vai ser nada fácil entrar na universidades que eu quero. Vou ter que estudar bastante para isso.
    There is nothing like Home!

    E, só a título de curiosidade, agora eu sou um Queen Fan. Freddie Mercury é simplismente fantástico!
    Inté a próxima.

PS.: Vou ter que estudar Português bastante...