quinta-feira, 10 de março de 2011

Yo voy al Mexico!

    E lá se fui mais um carnaval em que eu não estava na Bahia. Sim, (surprise!) eu gosto muito de carnaval e senti falta, mas esse ano fui ‘consolado’ pela vijam que fiz ao México, um país super lindo! Semana passada tivemos o último project week do ano. Como eu só preciso fazer 3 projects weeks pro IB, eu aproveitei este último para descansar. Estava tudo planejado para eu passar uma semana mergulhando em Race Rocks, uma ilha isolada que é uma resrva ecológica aqui perto – procura nos posts anteriores mais informações. Mas Kenta, um amigo do Japão e meu companheiro de quarto, me convidou para passar uma semana na casa do tio dele em San Miguel de Allende, no México. O vôo estava super barato porque estamos na baixa estação e desde da gripe suína ninguém quer ir ao México. E assim, dum dia pro outro, arrumei minhas malas e fui passar uma semana mais perto de casa com o Kenta, a Renata (Itália) e o Khalid (Canadá).
    A viajem ao México foi super tranquila. Tive que esperar um pouco na imigração, o porquê não sei. Um dia antes da viajem começou a nevar aqui a temperatura era de -2, mas quando chegamos na Cidade do México estava 28 oC ás 4 da tarde! Sentir-me em casa. Estranhamente, lembrei-me de quando reclamava do calor enquanto esperava o ônibus no Bomfim. As coisas mudam, e como mudam. Então, assim que chegamos fui trocar meu dinheiro; 100 dolares canadenses se tornaram 1,200 pesos. Estava rico! Mas eu mal sabia o que estava por vim... mas isso vem depois. Do Aeroporto, nós pegamos um ônibus de primeira classe por 256 pesos (uns 35 reais) para a cidade que estavamos indo. Nossa! O assento era praticamente uma cama. Tinhamos Tv, fone de ouvio e almoço. Tudo super confortável para as 5 longas horas para o cidade que estavamos indo. A Cidade do México é justamente como falam: enorme, fedida e desorganizada; pelo menos o que eu pude ver. Uma Favela grande, melhor dizendo. Mais ou menos 1 hora depois que saímos do Aeroporto, ainda na cidade do México, chegamos aos subúrbios da cidade. Pense no pior fedor que existe. Se já tiver passado pelo Tiête, pense nele agora como um perfurme francês. Tive que me segurar para não vomitar. Do meu lado direito estavam as casas (barracos) e do meu lado esquerdo estava um rio (acredito que tenha sido um no passado) super, super poluído e fedido. Foram mais de 20 minutos de sofrimento até sairmos da cidade, que a propósito, fica no meio das montanhas a 2800 m de altitude!
     Assim que saímos do perímetro da Cidade do México, tudo ficou mais bonito. As montanhas no horizonte parecem imagem de computador, incrivéis. Em algum momento eu dormir olhando as montanhas... e acordei já perto de Queretaro, nossa primeira parada antes de San Miguel. Esqueçam tudo que eu falei sobre a Cidade do México. Queretaro já é outro ambiente. O ar é limpo, a cidade é linda e assim que chegamos milhares de pessoas já estavam nos oferecendo tudo que é coisa para comprar – qualquer semelhança com Salvador não é mera coincidência. Carrinhos de mão para levar sua bagagem, balas, cigarros, brinquedos, tacos, tortas, churros... Mas nossa preocupação era achar o tio de Kenta, que iria dirigir ate San Miguel, cerca de uma hora e meia distante. Depois de procupar por alguns minutos, lá estava o japonês. Nós apresentamos, em Inglês, já que o Inglês dele é fluente e eu o Khalid eramos os únicos do grupo que ‘manjavam’ no espanhol – portunhol no meu caso. Entramos numa van e conhecemos José Luis, uma pessoa super interessante e engraçada, a qual eu contarei mais tarde.
    Chegamos a San Miguel e fomos dormir, estavamos super cansado da viajem. Pela manhã, saímos para conhecer a cidade, que lembra bastante o interior da Bahia: avenidas de paralelepipedo, nenhum prédio, várias praçinhas onde todos se econtram... A cidade também tem belíssimas igrejas, que lembram o centro de Salvador. Mais eu entrava na cidade, mais em casa de sentia. Sentir-me até um pouco mais confortável com o Espanhol, mesmo que no Pearson eu seja conehcido como o latino que não fala espanhol. Fizemos coisas que todo turista faz, fomos a feiras, aos mercados municipais, as igrejas, aos restaurantes. Enfim, exploramos. Algo interessante na cidade é número de Estadunidenses que moram lá. Em certos lugares da cidade quase não se ouvia Espanhol, só Inglês. Especialmente em Restaurantes e Museus. Grigos, como os mexicanos os chamam.
     Tive várias estórias com a Renata e Khalid, já que o Kenta ficou doente no segundo dia e quase não saia conosco. Aproximei-me bastante deles e algumas estórias só fazem sentido entres nós três. Mas tem uma em especial que preciso compartilhar, a nossa visita a Guanajato, a capital do estado em que estávamos, cerca de uma hora distante de San Miguel. O Kenta arrumou o transporte na quarta a noite (such a mistake), e nós iríamos sair na Quinta pela manhã e retornar Sexta pela tarde. O José Luis, o qual mencionei antes, iria nos levar lá por 45 dolares – quando ele falou 45, eu pensei que eram pesos, oh erro! A viajem foi super ‘interessante’. José nos contou tudo sobre a vida dele. Ele foi morar na Gringolândia (como ele chama os Estados Unidos) quando tinha 18 anos, junto com uns amigos comunistas. Lá se casou com uma Italiana, teve filhos, mas um dia...
- Era noite de natal. Eu tinha me separado e minha esposa viajou com meus filhos. Não tinha amigos, não tinha nínguém para celebrar comigo. Foi então que eu decidir dirigir de volta pro México, só para passar o feriado. Na gringolândia, tudo era barulhento, todos correndo, ninguém falava com ninguém. Assim que eu cruzei a fronteira, em Tijuana, o ambiente mudou. A primeira coisa que eu ouvi foi ‘Frutas frescas...’e um rapaz de salutando. Isso se passou 25 anos atrás, nunca mais voltei.
    Ele nos contou essa história quando estavamos almoçando em uma vila que só tem mulher, já que os homens foram todo trabalhar na ‘gringolândia’. Quase todas abriram restaurantes e sustentam os filhos com o dinheiro que ganham. Muito interessante a cidade, que fica no caminho para Guanajato. Antes de sairmos, ele ainda falou:
- No me gusta mucho los gringos. Devériamos pegar desde da Argentina até o México, toda a latina américa, cortar a gringolândia, anexar o Canadá e criar o verdadeiro Estados Unidos de la América!
    Não vou negar que quis rir quando ele citou os Argentinos, mas achei bastante interessante esse sentimento anti-americano, que é bstante comum lá, mesmo com tantos gringos. Quando chegamos em Guanajato ele nos serviu como um guia túristico, nos mostrou a cidade (belissíma!) e perguntava para toda menina se ela era solteira – o véio era descarado! Ele penchinchava por tudo, sempre dizendo que nós eramos estudantes brasileiros ‘pobrecitos’. Mas a surpresa ainda estava por vim... ao fim do dia, ele nos deu a conta: 160 dolares pelo dia, o que era 2160 pesos. Isso era todo o dinheiro que nós três tinhamós (o Kenta não foi, já que estava doente). Eu sempre soube que foi um erro deixar o japonês arranjar o transporte, e nenhum de nós pediu um guia. Mas tinhamos que pagar a conta, e, apesar do passado comunista, o véio era bastante apegado ao dinheiro. Quando ele saiu, nenhum de nós tinha um puto na mão, e precisávamos de 20 pesos para pagar o ônibus. Acho que ele sen sentiu mal por ter levado tudo e nós deu 20 pesos, depois de reclamar que nós não tinhamos deixado tip (gorjeita). E para finalizar, ele ainda nos disse “I am only doing that because you’re like my children” (Só estou fazendo isso porque vocês são como filhos para mim). Pensei, “meu pai nunca me cobrou por uma carona”.
    Curtimos a noite em Guanjato, uma cidade bem grandinha (uns 500 mil habitantes) e que tem bastante jovens, já que a Universidade Estadual de Guanajato é lá. Acho que já escrevi o bastante hoje e não tenho mais paciência para escrever todas as histórias do México. Foi uma semana maravilhosa, e um break importantíssimo do Pearson. Semana que vem temos o One World, e estão se preparando para o show. O Kenta acabou de chegar aqui falando sobre um terremoto que acabou de acontecer no Japão. Tenho quer ir ver as notícias com ele... Até a próxima!

Ps: Sei que o titulo deveria ser "Yo fui al Mexico", mas estou me referindo a minha classe de espanhol do CPM, e quem se lembra entendera a piada. 

Um comentário:

  1. ''En meados de enero yo voy al Brasil''kkkkkkkkkk
    Vicente, você desenterra cada história. Tentou cantar ''Negrita de la Barroquita''? Poderia virar hit no México!

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